Desenhos que não mudaram o mundo

 

Olha só que engraçado: hoje faz dez anos que fiz a minha primeira tirinha. Antes dessa data, eu jamais tinha pensado em me expressar com meus desenhos bobos e infantis. Depois dela, nunca mais pensei em não fazer mais isso.

De vez em quando, eu me lembro de tantas coisas bacanas que fiz nesse tempo, e que estão perdidas por aí, que decidi que a partir de hoje farei uma série no meu site, e por consequência aqui nessa rede social, sobre tudo que fiz até hoje.
 
Eu sei que pode parecer uma coisa bastante carente, ou até egocêntrica. Deve ser. Mas tenho uma boa desculpa. É que muitas vezes fico angustiado com a minha falta de vontade de produzir coisas novas nesses tempos tão idiotas. E muitas vezes me pego com o seguinte consolo: Andrício (a pessoa que não fala com ela mesma é muito sozinha!), você não precisa fazer nada de novo. Porque as coisas antigas não deixam de ser legais.
 
E o bom de as coisas estarem esquecidas é isso: que a gente pode gostar delas duas vezes. Outro dia, meu amigo Thiago me contou uma piada que gostei bastante. Eu ri muito. Mas algum tempo depois, me lembrei que ele já tinha contado essa mesma piada há uns 12 anos. E pensei: que coisa boa! Que benção é o esquecimento. Graças a ele, podemos aproveitar várias vezes a mesma coisa – o que não faríamos se lembrássemos de tudo.
 
A série se chamará “Desenhos que não mudaram o mundo”. Mas não se trata de falta de auto estima, ou de valorização pessoal. É que desenhos não mudam o mundo, mesmo.
 
PS: O vídeo é da série Malditos Cartunistas, dos Daniéis (Garcia e Paiva), gravada em 2013, e exibida em 2017 – quando eu tinha mudado bastante, e já não era mais aquela pessoa. Eu piorei bastante nesse meio tempo.

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